Doenças respiratórias na infância: as 6 mais frequentes

A chegada das estações mais frias acompanha o aumento de gripes e resfriados. Essa é uma relação compreensível, uma vez que as condições climáticas favorecem a disseminação dos vírus pelo ar.
Portanto, é essencial redobrar o cuidado em relação às doenças respiratórias, inclusive, nas crianças. Os pequenos ficam vulneráveis a diferentes enfermidades que podem afetar a qualidade de vida a longo prazo por terem um sistema imunológico mais frágil.
Para se ter uma ideia, durante os primeiros meses de 2023, o vírus Sincicial foi a causa de quase um terço dos casos registrados no Brasil (95% dos infectados foram crianças de até 4 anos de idade), de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS).
Nesse contexto, preparamos este conteúdo para que você entenda melhor como identificar os indicadores desse adoecimento e os tratamentos.
Causas mais comuns
Antes de mais nada, é preciso entender que o sistema respiratório é complexo e envolve órgãos como pulmão, brônquios, bronquíolos, traqueia, faringe, seios nasais e nariz. Assim, devemos considerar como doenças respiratórias as enfermidades que os afetam.
Entre os principais causadores estão os vírus e bactérias. Durante as estações mais frias, esses microrganismos circulam com mais facilidade, dado que a tendência é que os ambientes (como casa e escola, por exemplo) fiquem mais fechados e tenham mais pessoas aglomeradas.
As alergias, como a rinite e a asma, também são corriqueiras. A exposição ao pó, ácaros, mofo e pelos de animais desencadeiam tosses, espirros, coriza e dificultam a respiração.
Por fim, poluição, fumaça de carros e a proximidade com indivíduos que fumam também podem afetar a saúde da criança.
Vale lembrar que as manifestações dessas patologias podem ocorrer de duas maneiras:
- Aguda: têm início rápido, com cuidados por um curto período de tempo;
- Crônica: se manifestam gradativamente e persistem por semanas. Nesse cenário, os tratamentos são de médio a longo prazo.
Principais sintomas
Independente do tipo de doença ou infecção, os sintomas mais comuns em crianças são:
- tosse;
- coriza;
- dificuldade para respirar;
- febre;
- fadiga;
- dor de garganta;
- irritação;
- diminuição no apetite;
- chiado no peito.
Tanto os sintomas quanto a duração (e a intensidade) podem depender da saúde do da criança. Se os sinais persistirem, é importante procurar um pediatra ou clínico geral para acompanhar o caso.
E por que a incidência é maior em crianças?

De maneira geral, a infância é um período de fragilidade que acaba propiciando essas doenças e há uma série de razões para isso.
A primeira delas é, justamente, o fato do desenvolvimento do sistema imunológico – que ainda em formação aumenta a vulnerabilidade.
Ao mesmo tempo, como pontuado na cartilha sobre Saúde da criança e do adolescente da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), muitos bebês ou crianças precisam frequentar a creche ou escola desde muito novas, o que gera maior exposição a diferentes pessoas e, inclusive, àquelas infectadas pelos vírus.
É preciso lembrar que o contágio não ocorre no contato direto mas, em muitos casos, pelo próprio ar, por exemplo.
Há também o fator comportamental, devido a maior atividade e curiosidade nessa etapa da vida. É comum ficarem mais suscetíveis, já que levam as mãos ou objetos à boca, além de brincarem em ambientes externos com mais frequência.
Por essas razões, é importante que os pais e responsáveis estejam atentos aos primeiros sintomas das doenças respiratórias na infância e façam consultas de rotina.
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As 6 principais doenças respiratórias na infância
Já sabemos quais as possíveis razões que colaboram para que as crianças fiquem mais doentes, mas quais são as principais entre aquelas que envolvem o sistema respiratório? Confira a lista abaixo:
1. Gripes e resfriados
São as mais comuns dentre as doenças respiratórias na infância, mas não só nessa fase da vida. Aliás, você sabe a diferença entre gripe e resfriado? É mais simples do que parece:
- Gripe: causada pelo vírus influenza e que manifesta-se por meio de:
- febre;
- dores de cabeça;
- dores musculares;
- fadiga;
- tosse seca;
- congestão nasal.
Se não for tratada de maneira correta, pode evoluir para quadros mais graves, como pneumonia.
É importante lembrar que a vacinação diminui os riscos da infecção consideravelmente. Como o influenza passa por mutações constantemente, para garantir a imunização, é necessário tomar novas doses da vacina periodicamente, conforme orientação médica.
- Resfriados: ocasionado por outros tipos de vírus, mais frequentemente, o rinovírus. Em comparação com as gripes, são mais leves, duram cerca de uma semana e apresentam sintomas como:
- congestão nasal;
- espirros;
- tosses
- mal-estar.
Para evitar ambas, é válido orientar a criança a lavar bem as mãos e não ficar próximo de pessoas que estejam espirrando ou tossindo. O uso de máscaras pode ser uma opção. Também é importante evitar longos períodos em ambientes fechados ou com muitas pessoas.
2. Asma
Igualmente considerada como uma patologia corriqueira em crianças, a asma é uma infecção que pode levar a:
- acessos de tosse;
- dispneia (falta de ar);
- crises de broncoespasmo;
- sibilos, presentes durante a ausculta pulmonar (crises de chiado).
Aparece de maneira aguda, pontual ou crônica (quando há crises recorrentes). Nesse último caso, para evitar riscos, os cuidados devem ser maiores. Isso porque, dependendo da gravidade, a asma em crianças dificulta a respiração e pode levar à morte.
Não há cura e a administração de medicamentos (como corticóides e broncodilatadores), acompanhamento de profissionais e mudanças de hábitos (evitar contato com poeira, sujeira, ácaros, mofo e pólen, por exemplo) são formas de tratar.
3. Bronquite
Trata-se de uma infecção nos brônquios (as vias que levam ar ao pulmão) e tem como indicadores a tosse com produção de secreção mucosa, podendo apresentar febre ou não. Em alguns casos, é possível perceber ruídos respiratórios, como roncos e chiados.
Assim como a asma, ela pode acontecer de maneira aguda, quando tem menor duração, ou crônica, quando é recorrente. A causa da infecção é viral, afetando primeiramente o nariz, a garganta e, em seguida, os pulmões.
O tratamento é feito por meio da prescrição de medicamentos, como antibióticos e vasodilatadores. Também é comum que o pediatra recomende inalações com soro fisiológico, para umidificar as vias aéreas e amenizar os sintomas.
4. Sinusite
É uma inflamação da mucosa dos seios paranasais, podendo ser desencadeada por vírus, alergias, irritações ou bloqueios nas vias respiratórias superiores. É caracterizada por:
- secreção nasal;
- tosse (principalmente noturna);
- dor facial;
- fadiga.
A presença de febre pode ocorrer ou não, assim como dores de cabeça (diagnóstico raro em crianças). Pode ocorrer de forma aguda ou crônica.
A sinusite crônica, inclusive, não tem cura e a recuperação é mais delicada. Exige acompanhamento médico frequente e pode demandar uma cirurgia de correção da cavidade nasal.
O tratamento inclui lavagens com soro fisiológico para liberar as vias nasais e prescrição de anti-inflamatórios e antibióticos, de acordo com o caso, para combater os microorganismos.
5. Rinite
Outra entre as doenças respiratórias na infância é a rinite. Essa é uma inflamação na mucosa do nariz, que gera obstrução nasal, coriza, coceira e espirros.
Tem origem alérgica, mas também pode ser resultado de infecções ou inalação de substâncias irritantes, como tintas, inseticidas, perfumes, fumaças e poluentes – embora menos comuns entre as crianças.
A rinite alérgica costuma surgir no contato com poeira, pólen, ácaros, poluição e alguns alimentos e, para evitá-la, é importante manter a higiene do local de convivência.
Em situações de crise, o profissional de saúde pode receitar:
- antialérgicos;
- corticosteróides;
- lavagem nasal abundante com soro fisiológico.
Em alguns cenários, é necessário que a criança passe por um processo de imunoterapia, que consiste em uma sequência de vacinas.
6. Pneumonia
De acordo com a Unesco, a pneumonia afeta mais de 4,2 milhões de crianças no mundo todos os anos, e em 2020, levou a óbito mais de 800 menores de 5 anos, sendo uma das doenças respiratórias infantis mais preocupantes.
Ela pode ser definida como um tipo de infecção nos pulmões, geralmente causada por vírus, bactérias ou fungos. Apresenta-se nos pequenos por meio de:
- Tosse mais carregada;
- dificuldade de respirar;
- aceleração da respiração;
- chiados no peito;
- febre;
- tom azulado na pele em alguns casos.
Para tratar, é preciso que o médico compreenda a origem da infecção, podendo assim prescrever a medicação correta (além de remédios para amenizar os sintomas). Também são necessários repouso e hidratação.
Situações severas da doença podem levar a criança à internação, para que possa ser observada, receber medicação intravenosa e fazer inalações.
Maneiras de prevenir

A prevenção de doenças respiratórias na infância é possível e passa por cuidados de toda a família. No final, todos podem se beneficiar disso, mantendo-se mais saudáveis e menos vulneráveis.
Somadas as instruções que você recebeu ao longo deste conteúdo, é preciso que a criança seja levada ao pediatra com frequência para a realização de consultas de rotina.
Essa é uma maneira de acompanhar a saúde, o desenvolvimento do sistema imunológico e evitar que, mesmo que haja infecção, as enfermidades tenham menor gravidade.
Fontes:
- Dados do Ministério da Saúde (MS) vinculados pelo G1;
- Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) | Cartilha sobre Saúde da criança e do adolescente;
- Federação Brasileira de Hospitais (FBH);
- Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef – ONU);
- Ministério da Saúde (MS) | Asma;
- Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-MS) | Rinite;
- Secretaria da Saúde (SS-GO) | Pneumonia.
Obrigado pelas informações. O conteúdo foi bastante útil para a realização de minha atividade escolar. Abraços!
Olá, Heitor! Ficamos felizes em saber que gostou das nossas matérias 🙂 Continue nos acompanhando 😉
Na verdade, a asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, não infecção…