Retinoblastoma: conheça as causas, sintomas e tratamentos

Neste ano, o apresentador Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin anunciaram ao público que sua filha Lua estava com retinoblastoma, tipo raro de câncer nos olhos. No próprio vídeo os pais já dão uma breve explicação e contam o porquê decidiram compartilhar o diagnóstico:
“É um câncer que acontece nas células da retina. Elas acabam tendo um crescimento desordenado e formando tumores. No caso da nossa filha, é bilateral. É muito difícil descobrir esse câncer e é por isso que estamos gravando esse vídeo”, explicou Daiana.
Confira o relato completo:
O que é o retinoblastoma?
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), retinoblastoma é um tumor maligno (câncer) originário das células da retina, que acabam tendo um crescimento desordenado e formando tumores.
Essa é a parte do olho responsável pela visão, portanto, pode afetar um dos olhos, ou ambos, podendo causar a perda da visão, estrabismo (olhos vesgos) e a necessidade de remoção do globo ocular. A doença ocorre, geralmente, antes dos 5 anos de idade.
A raridade do retinoblastoma:
O retinoblastoma é raro, mas é o tumor ocular mais comum na infância; com cerca de 400 novos casos todos os anos no Brasil, responde por 3% dos cânceres infantis. Dois terços dos casos são diagnosticados antes dos 2 anos de idade e 95% antes dos 5 anos.
A importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma:
Assim como em outros tipos de câncer, o diagnóstico tardio reduz as chances de sobrevivência mas, se diagnosticado precocemente, a cura pode ocorrer em até 90% dos casos, de acordo com a TUCCA (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer).
No vídeo, Leifert e Garbin reforçam a importância de levar a criança no primeiro ano de vida ao oftalmologista.
Sintomas do retinoblastoma:
Por ser uma doença rara, o número de especialistas no assunto é reduzido e ainda há falta de conhecimento da doença, o que pode atrapalhar a identificação dos sintomas.
É muito importante ficar alerta, já que um diagnóstico precoce faz toda diferença no tratamento. Leve a criança a um oftalmologista, se qualquer um dos sinais abaixo estiver presente:
- “Olho de gato”: crianças com retinoblastoma desenvolvem uma área branca e opaca na pupila, que se chama leucocoria, causada pela reflexão da luz provocada pela doença. No Brasil, essa condição é popularmente conhecida como “olho de gato” e é facilmente visível em fotos tiradas com flash;
- estrabismo (olho vesgo);
- Redução da visão em um olho;
- Dor no olho;
- Globo ocular maior que o normal;
- Olho preguiçoso ou desviado (ambliopia).
O que pode causar o retinoblastoma?
A maioria dos casos (entre 60% e 75%) são esporádicos, ou seja, uma célula da retina sofre mutação (alteração genética) e passa a se multiplicar descontroladamente.
O restante dos casos são hereditários, isto é, a criança herda de um dos pais a alteração genética que predispõe à doença e já nasce com esta predisposição.
De acordo com especialistas, quando a doença é hereditária , existe a chance de acontecer novamente em uma segunda gravidez.
Como é feito o tratamento do retinoblastoma?
Em centros especializados, nove em cada dez crianças com retinoblastoma são curadas. O tratamento tem como foco principal eliminar o câncer e salvar a vida da criança, preservar o olho, se possível, preservar o máximo da visão possível, limitar ao máximo os riscos de aparecimento de um segundo câncer mais tarde, especialmente nas crianças com retinoblastoma hereditário.
O tratamento vai depender se são os dois olhos afetados ou apenas um, do grau de visão que a criança apresenta e da avaliação se o tumor se disseminou ou não. A enucleação (retirada do globo ocular) ocorre apenas nos casos de tumores muito grandes e com ausência de visão no olho comprometido.
O tratamento do retinoblastoma busca destruir o tumor combinando diferentes terapias como laser, radio e quimioterapia, além de técnicas de congelamento do tumor, chamada de crioterapia.
Leia também: saiba como descobrir sintomas de problema de visão em crianças e bebês.