Preciso de mamografia? Entenda como funciona esse exame

A mamografia é o exame que permite identificar precocemente o câncer de mama. Sua importância é indiscutível, já que essa doença é o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres e o segundo mais presente no Brasil.
Segundo o INCA (Instituto nacional de câncer), o câncer de mama apresentou cerca de 66.280 novos casos somente em 2021.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia, recomendam que a mamografia digital seja realizada anualmente, em mulheres a partir dos 40 anos, ou mais cedo, quando há casos da doença na família.
Graças a esse exame, estima-se que 20% da taxa de mortalidade por câncer de mama foi reduzida.
De grande interesse principalmente pelas mulheres, esse tema, apesar de amplamente abordado em campanhas como Outubro Rosa, ainda pode levantar dúvidas importantes.
Então, acompanhe nosso conteúdo e descubra o que é e como é feita a mamografia, quando você deve realizá-la e muito mais. Vamos lá?
Para que serve esse exame?
Também chamada de mastografia, a mamografia é um exame radiológico no qual as imagens são obtidas através de um mamógrafo, aparelho que aplica pequenas porções de raios-X para gerar radiografias das mamas.
O exame serve para identificar microcalcificações, assimetrias, nódulos ou lesões nas mamas, mesmo quando possuem menos de 1 centímetro.
Geralmente, essas irregularidades estão presentes na fase assintomática do câncer de mama e seriam impossíveis de identificar apenas apalpando (tocando) as mamas.
A mamografia das mamas mostra as características do nódulo encontrado, como o tipo e tamanho, indicando se é benigno ou maligno.
Dessa forma, o principal objetivo desse exame é identificar precocemente o câncer de mama em mulheres e homens, evitando metástases, ou seja, a disseminação da doença.
Só existe um tipo?

Existem dois tipos de mamografia: a convencional, realizada com um aparelho analógico e a digital, realizada com um aparelho digital.
É importante ressaltar que estudos não indicaram diferenças na capacidade de detecção do câncer entre os aparelhos analógicos e digitais. Porém, a digital costuma ser mais precisa na captação de imagens de mamas mais densas, comuns em mulheres mais jovens, por exemplo.
Entenda mais sobre cada um dos tipos de mamografia:
Mamografia convencional
A mamografia convencional é o método mais antigo e consiste em expor as mamas a um aparelho de raio-X. Feito isso, uma espécie de filme é gerado, que depois é submetido a um processo que revela as estruturas internas das mamas.
A detecção de alterações presentes em casos de câncer de mama podem ser facilmente notadas nesse procedimento.
Mamografia digital
A mamografia digital é uma versão mais moderna em comparação à convencional. Ela é, atualmente, a principal tecnologia à disposição das pessoas para o diagnóstico precoce do câncer de mama. E está dividida em dois subtipos: direta e indireta.
Na mamografia digital direta, um detector captura o sinal oriundo dos raios-X e os converte em sinal elétrico, transmitido diretamente para a tela do computador.
Já na mamografia digital indireta, o detector captura o sinal gerado pelo raio-X, armazena-o para depois então convertê-los para serem exibidos na tela do computador em forma de imagem.
Há muitas vantagens do exame digital em comparação ao exame convencional, mas a principal é que na hora da interpretação das imagens, o médico pode explorar de forma mais eficiente a característica de contraste entre as estruturas no monitor. Com isso, o diagnóstico tende a ser muito mais preciso.
A mamografia digital ainda possibilita o armazenamento das imagens ou que estas sejam processadas em softwares, facilitando a detecção de alterações nos exames.
Dessa forma, existem menos riscos de precisar repetir o exame, poupando o paciente de refazer todo o processo e evitando uma nova exposição à radiação.
Quando realizar o exame de mamografia?
Segundo as associações médicas brasileiras, a mamografia como exame de rotina deve começar a partir dos 40 anos e ser realizada anualmente. Já as mulheres que tiverem casos de câncer de mama na família deverão começar o exame de mamografia de rotina a partir dos 35 anos.
Cumprindo-se essas orientações, a mamografia consegue reduzir em até 20% o número de óbitos decorrentes do câncer de mama.
Podemos destacar dois tipos de exames de mamografia para detecção precoce do câncer de mama: a mamografia de rastreio, para casos assintomáticos e a mamografia diagnóstica, para pessoas já com suspeita inicial da doença.
A mamografia de rastreio é um exame que detecta o câncer de mama em pacientes assintomáticos, sem nenhuma suspeita da doença. São feitas comparações com os exames anteriores, para que se possa acompanhar a evolução dos casos. Por isso é importante lembrar de levar no dia da realização do exame o último exame realizado.
Já a mamografia diagnóstica é um exame utilizado para avaliar alterações presentes na mama em casos com algum grau de suspeita ou alteração mamária, seja para lesões benignas ou malignas.
A mamografia dói?

A mamografia pode, sim, causar desconfortos. Durante o exame, a mama é comprimida no mamógrafo, para poder ser feita a leitura correta do tecido mamário. Esse desconforto varia de pessoa para pessoa, pois algumas pessoas são mais sensíveis que outras. No entanto, não é nada preocupante.
O ciclo menstrual feminino tem muita relação com a sensibilidade das mamas. Durante a segunda metade do ciclo, perto do período da menstruação, as mamas ficam mais inchadas e doloridas. Por isso, o ideal é realizar a mamografia logo após o fim da menstruação.
Outra questão que influencia no desconforto é o tipo de mamografia que será realizada. Normalmente, o desconforto é maior na mamografia convencional, que aplica mais pressão para captar as imagens.
Para tentar minimizar esses incômodos, seguem algumas dicas:
- Evite realizar a mamografia durante o período menstrual, pois as mamas podem ficar mais sensíveis;
- Tente relaxar a musculatura para facilitar o posicionamento no tomógrafo;
- Se tiver próteses mamárias de silicone avise, pois à prótese pode causar mais desconforto durante o exame, além de influenciar na interpretação dos resultados.
Como ela é realizada na prática?
Para a realização da mamografia, o paciente não precisa de nenhum preparo especial, basta apenas observar algumas orientações:
- Não usar cremes, desodorantes ou perfumes sobre a pele antes de fazer o exame, porque estes podem prejudicar a captura das imagens;
- Tenha atenção para a roupa escolhida, durante o exame você vai precisar despir a parte superior do corpo para que os seios possam ser examinados;
- Lembre-se de levar exames de mamas anteriores, para ser feita a comparação com o atual.
Normalmente, os profissionais que participam do exame de mamografia são: um técnico em radiodiagnóstico, que faz a sua realização e, um médico radiologista, oncologista ou mastologista, que interpreta as radiografias e faz o laudo.
Na prática, o exame de mamografia acontece da seguinte forma: a paciente entra na sala e deverá tirar sua blusa e sutiã. O tecnólogo posiciona a mama no aparelho, aciona o aparelho, que vai comprimindo a mama devagar e então, a radiografia é feita.
Em seguida a mama é descomprimida para reposicionamento. O procedimento é feito em duas posições diferentes, nas duas mamas.
O exame é fácil de ser feito e leva em torno de 15 a 20 minutos. Em seguida, o tecnólogo sai da sala e pede que a paciente se vista e aguarde alguns minutos na sala de espera para que ele observe as imagens e verifique se há a necessidade de alguma complementação.
Caso as imagens coletadas estejam boas e sejam suficientes para o médico, a paciente é liberada.
Lembre de colocar os exames em dia
A mamografia é um exame fácil e rápido de fazer, além de ser importante e decisivo para um diagnóstico precoce de câncer de mama, que possibilita o início do tratamento em fases iniciais, aumentando as chances de cura.
Por isso, lembre-se de fazer suas consultas de rotina e exames preventivos. Só eles poderão garantir que sua saúde esteja em dia.
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E, se quiser saber mais sobre o câncer de mama, basta acessar o conteúdo “O que é o outubro rosa e como essa data pode te ajudar?”, nele você encontra tudo que precisa saber sobre o assunto.
Fontes:
Instituto Nacional de Câncer – INCA
Sociedades brasileiras recomendam mamografia a partir dos 40 anos
Justo o que eu procurava sobre mamografia digital. Muito obrigada